sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mentalidade e Anacronismo

s historiadores trabalham com conceitos que são bastante pertinentes aqui serem colocados, os conceitos de mentalidade e contexto. A mentalidade é construída a partir de uma realidade que é pensada é dada a ler, ou seja, os discursos proferidos sobre alguém ou algo podem criar um significado que na verdade ele não possui, mas que o pensamento coletivo começa a interpretá-lo, concebê-lo de tal forma, assim se torna uma mentalidade coletiva. O contexto é algo que sempre se deve lembrar antes de qualquer leitura do passado. Por exemplo, o trabalho escravo (principalmente o colonial) e toda a sua violência e exploração, hoje é inconcebível, mas para a época era algo indispensável, não se pensava a produção e a riqueza sem ele (inclusive na África a escravidão era algo usual).


Temos que pensar o nazismo como um fruto do contexto. Na época de seu surgimento, parecia uma das poucas alternativas para o povo alemão que se via com fome, explorado, roubado e ferido quanto a sua nacionalidade, já que pesadas penas foram impostas sobre a maioria que sofria com a grave crise econômica e social. Os "judeus" (estrangeiros) lhes “roubavam” as riquezas e seus empregos. Hitler era visto como um "salvador da pátria", um cara que iria retomar o crescimento do país e preservar a propriedade da elite (o partido Nacional Socialista de socialista tinha apenas o nome, pois para chegar ao poder se rende ao capital burguês para não implantá-lo e criar a política anti-comunista). Por tanto, para os judeus (estrangeiros) foi uma tragédia, mas para os alemães foi uma alternativa. A mentalidade coletiva deveria ser direcionada a pensar dessa forma. O nazismo chegou ao poder pelo povo que queria mudanças.


Por isso, devemos olhar com cautela o crescimento de movimentos que aproveitam-se do momento de fragilidade e de fraqueza de nossa sociedade para sobrepôr e influenciar a população a partir de uma ideia de mudança. Os skinheads encontram-se espalhados pelo mundo inteiro e o número de membros vem aumentando ao longo do tempo. É um grupo presente em nossa sociedade caracterizado pela ideologia da raça soberana e tem relação com os ideais neonazistas, os quais pregam que existe somente uma raça superior e pura que tem o direito de viver nesse mundo. Há diversos grupos disseminados pelo país, em especial no Estado de São Paulo, um dos mais famosos grupos paulistas de skinheads é o “Carecas do ABC”, carecas vem da tradução de skinheads. (Assista o documentário "A Cultura do Ódio", exibido pelo programa Documento Especial em 1992)






Não existe uma explicação plausível para os fundamentos utilizados pelos skinheads, que afirmam que esses são a verdadeira raça nacional, e quais são os aspectos que os tornam melhores que outras pessoas. Sociólogos, psicólogos, entre outros profissionais, ainda não encontraram essa resposta, deixando a incógnita para o futuro. Na verdade, o que temos que enfocar é a compaixão o amor ao próximo, bem como a ética, algo diferente da moral, pois é interior, pois esses sentimentos devem estar acima do que se acha ser interesses de todos, pois esses podem ser construídos, os direitos individuais devem ser preservados e o radicalismo esquecido. A história nos ensina a não repetirmos os mesmos erros, mas julgar o passado é anacrônismo.

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